Chevy 500

A picape Chevy 500 tem a mesma estrutura do Chevette. Ela é boa para passeio e também para o trabalho (desde que não seja muito pesado).

REPORTAGEM DE EMÍLIO CAMANZI - FOTOS DE JORGE MEDITSCH

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Apresentada em setembro, mas só colocada à venda a partir deste mês, a Chevy 500 é a segunda novidade da General Motors do Brasil para 1984 – a primeira foi o Monza duas portas, três volumes. E com a Chevy encerra-se o leque de opções da linha Chevette, lançada em 1973.

A GM, aliás, é a última das quatro grandes fábricas de automóveis no Brasil a colocar no mercado uma picape que é derivada de um carro, como fez a Fiat com a City, a Ford com a Pampa, e a Volkswagen com a Saveiro.

O modelo que testamos era a versão mais luxuosa, a Chevy 500 SL, com motor 1600 a álcool, e vários equipamentos opcionais, como ar quente, vidros esverdeados, espelhos retrovisores com controle interno, rádio, câmbio de cinco marchas, embreagem eletromagnética do ventilador, temporizador e lavador elétrico do pára-brisas e ignição eletrônica. Como foi construída na plataforma da Marajó, a Chevy tem o conforto e o espaço do Chevette.

Sua caçamba, porém, não é das maiores: por ter tração traseira, aliás a única de sua categoria com essa característica, o assoalho é alto, ou seja, as laterais têm apenas 43 cm de altura o que limita um pouco sua capacidade.

Também não é a das que levam mais peso. Ao contrário. De acordo com as especificações da GM, a Chevy pode levar 500 Kg, incluindo o motorista. Isso quer dizer que se o motorista pesar 70 kg, sobram para a carga apenas 430 kg.

De qualquer maneira, seu desempenho é bom. Mesmo com carga total, o motor a álcool de 1 600 em3 de cilindrada responde muito bem às acelerações porque tem bom torque.

Na estrada não é preciso mudar muito de marchas, mesmo com carga total. Pode-se viajar em quinta quase o tempo todo; só em subidas muito fortes e prolongadas, ou quando um veículo lento atrapalha o fluxo, é que se deve reduzir a marcha.

E vazia tem bom desempenho. Na pista de testes, chegou à velocidade maxíma de 149,377 km/h na média de quatro passagens (151,898 na melhor passagem); acelerou de 0 a 100 km/h em 15,98 s e, na retomada de velocidade, de 40 a 120 km/h, levou 39,81 s, o que demonstra o bom torque do motor.

Bom consumo

Seu consumo é bom. A 80 km/h, na estrada, com carga máxima, percorreu 10,60 km/l de álcool. Nas mesmas condições, só com o motorista, o consumo foi de 11,54 km/l. E, na cidade, 8,11 km/l.

Pelo tamanho do carro, categoria em que se enquadra, e até pela quinta marcha, as marcas deveriam ser melhores.

Quanto à estabilidade, é boa, bem neutra, quando se guia normalmente, com uma leve tendência a sair de frente para, em seguida, sair de traseira no limite de aderência, mas suavemente, sem dar sustos.

Com carga máxima, como se podia esperar nesse tipo de carro, é preciso tomar um pouco mais de cuidado, pois a traseira tende a desgarrar mais facilmente.

Os freios foram sempre eficientes, não importa se com carga ou vazia: a válvula equalizadora para as rodas traseiras mantém a Chevy na trajetória. Mas esperava-se que os esoaços percorridos depois das freadas fossem menores: a 100 km/h, por exemplo, levou 53,10 m para parar.

As linhas são bonitas e certamente irão agradar a muitos. E a tração traseira é preferida por muita gente. Alguns itens de série são muito úteis, como o assoalho da caçamba recoberto por ripas de madeira e os ganchos externos e internos (na caçamba) para amarração de carga. Mas alguns elementos deveriam ser revistos, como a pequena capade carga e a colocação do estepe. Como está, atrás do banco do passageiro, além de limitar o curso do banco, tira o espaço para pequenos objetos dentro da cabine.

A vantagem da beleza

Para Vinícius Lossaco, preparador de motores de competição de São Paulo, apreciador de picapes, a nova Chevy 500 vem ampliar o mercado desse tipo de veículo, com algumas vantagens.

— É a mais bonita. Tem um belo estilo, com a frente baixa em forma de cunha. E a traseira mais alta acentua essa característica. Ela ficou com um jeitão de picape grande.

Vinícius gostou do desempenho da Chevy e também do nível de conforto.

— Nessa faixa, a Chevy é a picape mais confortável.

Vinícius começou a gostar de picapes em sua oficina.

— Para pequenos negócios e oficinas, carros como esse são ideais, econômicos, fáceis de carregar e descarregar. Também é muito bom para jovens e casais sem filhos. Atendo a muita gente que tem picape. São pessoas que curtem trail, surf e camping. É o carro certa para elas, porque tem o conforto e não exige tantos cuidados com a aparência porque funciona como utilitário. Pena que o custo seja tão alto.

Feitas a princípio para agradar aos jovens e também para aproveitar a onda das picapes incrementadas, a Chevy e outras da mesma classe correspondem às versões dos automóveis da marca.

Elas são feitas em versões standard e luxo, exatamente para atender a essa faixa de público.

Mas o que se vê hoje é um grande número desses carros trabalhando em pequenas empresas e nas zonas rurais, substituindo as grandes picapes. Embora caras, custam menos do que as grandes e gastam menos.

Mas como, por incrível que pareça, elas não têm espaço apropriado para pequenos objetos na cabine, au seja, em lugar mais seguro, levam desvantagem em relação aos automóveis, porque custam quase igual.

Ficha técnica

Motor — Dianteiro, longitudinal, quatro tempos, refrigerado a água; diâmetro dos cilindros, 82,0 mm; curso dos pistões, 75,7 mm; cilindrada, 1 599 cm3; taxa de compressão, 12,0:1; comando de válvulas no cabeçote acionado por correia dentada; válvulas de admissão e escapamento no cabeçote; potência máxima, 72 CV (53 kW) ABNT a 5600 rpm; torque máximo, 12,3 mkgf (120,6 Nm) ABNT a 3200 rpm; alimentado por carburador de corpo simples e fluxo descendente; combustível: álcool.

Transmissão — Embreagem monodisco a seco de acionamento mecânico; câmbio de cinco marchas (opcional) sincronizadas para a frente e ré, com alavanca de mudanças no assoalho; relações: 1ª) 3,746:1; 2ª) 2,147:1; 3ª) 1,378:1; 4ª) 1,000:1; 5ª) 0,840:1; ré) 3,815:1; diferencial) 3,90:1; tração traseira.

Carroceria, chassi — Carroceria de chapas de aço estampadas, picape, duas portas, dois lugares; estrutura mono-bloco.

Suspensão — Dianteira, independente, com braço triangular superior, braço simples inferior, barra estabilizadora, molas helicoidais, e amortecedores telescópicos; traseira de eixo rígido, com braços tensores longitudinais, braço transversal, molas helicoidais e amortecedores telescópicos.

Freios — A disco nas rodas dianteiras e a tambor nas traseiras, com servofreio; freio de estacionamento atuando nas rodas traseiras.

Direção — Mecânica, de pinhão e cremalheira.

Rodas, pneus — Rodas de aço estampadas com aro de 13 polegadas e tala de 5 1/2 polegadas; pneus 175/70 SR 13.

Dimensões — Comprimento, 418,3 cm; largura, 157,0 cm; altura, 133,0 cm; distância entreeixos, 239,5 cm; bitola dianteira, 130 cm; traseira, 130 cm; altura livre do solo, 14 cm.
Peso — 958 kg.

Capacidade do tanque — 62 litros.

Preço do carro testado — Cr$ 4247890 em novembro.

Contato

Chevetteclubeamericana

chevetteclubeamericana@yahoo.com.br

https://www.orkut.com.br/Main#Community?cmm=99807066

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Linha do tempo

1973 – Inicio produção
1973 – Especial
1975 – SL e GP
1978 – Reestilização
1979 – Chevette 4 portas e versão Jeans
1980 – Hatch e novos pára-choques
1981 – Novos faróis, Marajó, versão S/R com motor 1.6
1982 – Motor 1.6
1983 – Reestilização e câmbio 5 marchas
1984 – Pick-up Chevy
1985 – Câmbio automático opcional
1987 – Reestilização
1988 – Motor 1.6S
1989 – Fim da Marajó
1990 – Fim do Câmbio automático
1991 – Apenas a versão DL
1992 – Versão Júnior 1000
1993 – Término produção
1995 – Término produção Chevy

Unidades produzidas: 1.630.000

 

 

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